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sábado, 12 de junho de 2010

Estádio? Briga na favela

Apresentação de projeto de estádio corintiano tem ironia, bate-boca e constrangimento de investidores
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Bradesco se uniu ao Banif na proposta de construção de estádio na divisa entre São Paulo e Guarulhos. Na frente dos executivos das empresas, conselheiros divergiram de posição.
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Bate-boca, ironia e diretores de grandes empresas constrangidos. Assim foi a apresentação dos investidores, encabeçados pelos bancos Banif e Bradesco, ao Conselho Deliberativo do Corinthians da proposta de construção de estádio na divisa entre São Paulo e Guarulhos, projeto revelado pelo iG em 14 de abril (veja os detalhes aqui).

O presidente do banco português Banif, Antônio Júlio Rodrigues, e executivos da construtora alemã Hochtief e da consultoria Pricewaterhousecoopers estiveram presentes no auditório do clube, mostraram três vídeos, mas talvez tivessem preferido ficar em casa. A reunião, que se estendeu por mais de três horas e foi acompanhada pela reportagem com autorização da presidência do Conselho, acabou marcada por momentos tensos entre os favoráveis e aqueles contra a oferta. Houve bate-boca entre o diretor de marketing, Luís Paulo Rosenberg, e o conselheiro Edgar Soares, um dos intermediários dos investidores.

“Não podemos aceitar uma proposta de estádio goela abaixo”, disse Rosenberg, que por duas vezes subiu à tribuna para discursar. “Um projeto de mais de R$ 400 milhões tem que ser avaliado com cautela”, completou.

É por isso que o Corinthians fará 100 anos e não tem um estádio”, retrucou Soares.

No meio do “tiroteio”, o presidente do Conselho, Carlos Senger, que convocou a reunião para os conselheiros ouvirem a oferta, não para aprová-la, definiu que duas comissões serão formadas, uma para análise dos documentos e outra a viabilidade financeira, e que o assunto voltará a ser discutido até 10 de agosto, prazo dado pelas empresas para a diretoria do Corinthians dizer sim ou não. Uma decisão só pode ser tomada com o aval do presidente Andrés Sanchez, que nesta segunda-feira viajou a Curitiba para se apresentar à seleção brasileira. Ele será o chefe de delegação na Copa do Mundo e só retorna a São Paulo após 11 de julho.

Questão financeira

Rosenberg é contra propostas para construção de estádio nos moldes apresentados pelo Banif e pelo Bradesco. Este banco entrou no projeto no início de maio, quase um ano depois da primeira conversa entre o Banif e Andrés Sanchez. No acordo, as empresas constroem o estádio, mas ficam com o lucro das vendas de cativas, lojas, áreas Vips e do “naming rights” – o estádio levaria o nome do Bradesco por dez anos. Os investidores lucrariam 20% o valor da obra (sobraria para eles algo em torno de R$ 155 milhões, numa previsão otimista). A construtora EIT também integra o grupo.

“Temos que avaliar se é válido receber um estádio de graça, sem preocupação nenhuma, seja para comprar terreno, aprovar escritura, essas coisas, ou procurar financiamento nosso, contratar uma construtora, e ter todo o lucro“, disse Rosenberg.

Ele admitiu que o clube tem mais três possibilidades: em Itaquera (a reportagem apurou que a construtora Odebrecht avalia a viabilidade de se construir no terreno onde hoje está o CT das categorias de base), uma ampliação do Parque São Jorge (algo improvável) e receber de graça um estádio que fosse construído pelo Governo (federal e estadual), provavelmente em Pirituba, na zona norte da capital, como plano B caso o Morumbi seja descartado para a Copa de 2014. “Estamos analisando tudo isso e vamos montar um relatório para saber qual saída é mais viável”, falou Rosenberg.

Essa declaração fez Edgar Soares ironizar. “Onde estão essas propostas? São só possibilidades. Hoje aqui temos uma oferta real. Não adianta ficar inventando que o presidente Lula vai construir um estádio para o Corinthians. Ele tem mais o que fazer”, disparou. Os simpatizantes de cada lado aplaudiam assim que seus representantes se pronunciavam.

E a presidência?

A polêmica se estendeu para a importância que a diretoria (leia-se Andrés Sanches) dá à oferta. Rosenberg e o primeiro vice-presidente, Manoel Felix Cintra, afirmaram que Sanchez tinha pouco conhecimento do projeto. Antonio Roque Citadini, que é da oposição, afirmou que o Conselho não podia discuti-lo antes da direção se posicionar.

Foi quando Edgar Ortiz, outro conselheiro pró-proposta, contou que estava autorizado por Sanchez para revelar os detalhes e que o próprio presidente havia participado da negociação de alguns pontos da proposta, como o fato de o clube ficar com 100% da receita da venda de camarotes, e não 50% como queriam as empresas. O iG teve acesso a uma carta de intenções, assinada por Sanchez em julho de 2009, que mostra que ele deu seu aval.

“Esse documento foi assinado na sede do Banif”, disse Ortiz.

O bate-boca e a insinuação de Citadini que o Conselho não tem que avaliar propostas irritou Carlos Senger. “Com todo o respeito aos investidores, aqui não tem idiotas. É o primeiro projeto concreto que vejo e o Conselho tem que conhecer”, disse Senger.

Na saída, os conselheiros estavam divididos. A reportagem ouviu 20 (foram mais de 100 presentes), aleatoriamente, e 12 se mostravam a favor, oito contra. Um deles, que pediu anonimato, definiu bem a noite. “Enquanto essa briga política continuar, meu bisneto não vai ver o Corinthians com um estádio”. Os investidores deixaram o clube sem dar entrevista.
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http://esporte.ig.com.br/futebol/2010/05/25/apresentacao+de+projeto+de+estadio+corintiano+tem+ironia+bate+boca+e+constrangimento+de+investidores+9494225.html



Em nota, Corinthians pede "prudência" ao Conselho para discutir estádio
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O tema construção de um estádio voltou a ser assunto pelos lados do Corinthians. Em nota oficial, a diretoria do clube de Parque São Jorge pediu “prudência” e “serenidade” ao Conselho Deliberativo do clube na tomada de qualquer decisão sobre o assunto.

Recentemente, foi apresentado ao Conselho um projeto de estádio feito pelo banco português Banif e pela construtora alemã Hothief. No entanto, uma discussão entre os conselheiros que divergiam da assinatura do contrato e os que eram pró-assinatura, como o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Carlos Senger, tomou conta do local.

À época, Luis Paulo Rosenberg, vice-presidente de marketing do clube, não demonstrou empolgação com a proposta do Banif. Apesar disso, de acordo com a Rádio Globo, o Conselho irá se reunir no dia 28 de junho para deliberar se aceita ou não a proposta.

“Em primeiro lugar, deixemos expresso que a construção de um estádio sempre foi uma das prioridades da atual Diretoria. Não foram poucas as propostas recebidas e dissecadas. Tanto é que, no último dia 10 de junho de 2010, essa Diretoria encaminhou ao Presidente do Conselho um ofício requerendo a convocação de todos os Conselheiros, nas proximidades do dia 15 de julho, para ciência de outro projeto, cujos detalhes estão em fase final de análise”, diz um dos trechos da nota assinada por Roberto de Andrade Souza, atual presidente em exercício.

“De qualquer forma, é preciso prudência. É preciso serenidade. É preciso responsabilidade. Ainda mais com um assunto tão caro aos corintianos. A assinatura de um acordo de tal natureza implicará, obrigatoriamente, na assunção, pelo clube, de obrigações vultosas e ônus importantes”, destaca outro trecho da nota.

O projeto

O estádio do Corinthians, segundo a proposta, seria construído em um terreno entre a Avenida Aricanduva e a Marginal Tietê, próximo ao município de Guarulhos. Teria capacidade para 56 mil pessoas, além de possuir três mil vagas de estacionamento. O custo aproximado do projeto está estimado em R$ 450 milhões, bancados pelos investidores.
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http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2010/06/11/em-nota-corinthians-pede-prudencia-sobre-o-tema-construcao-de-estadio.jhtm

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